Meu problema com muitos jogos que pretendem mostrar como é viver com a depressão é que eles realmente não fazem o que afirmam fazer. Tive a sorte de nunca sofrer de uma doença tão debilitante, então minha perspectiva é de fora, mas quando joguei games que se comprometeram a mostrar essa realidade, nunca tive a sensação de estar vendo o mundo através dos olhos de alguém lutando contra a depressão. Em vez disso, eles apenas sentiram que eu estava jogando jogos em que os personagens principais eram pessoas profundamente desagradáveis, que podem estar deprimidas.
É por isso que um jogo como Drowning parece um pouco de ar fresco na indústria, mas talvez esse termo não possa ser aplicado quando você está falando de um jogo em que o personagem principal é suicida. Ele faz o que se propõe: mostrar como é viver com a depressão.
Você consegue perceber isso um pouco dando uma voz à depressão do personagem principal – literalmente. Todo o jogo consiste em um personagem andando pelo ar livre, falando sobre como a depressão pesava nele. A jogabilidade não é exatamente a coisa mais interessante do mundo, pois tudo o que você está fazendo é seguir em frente, mas segue da perspectiva de alguém quem está do lado de fora.
É certo que há um ou dois pontos ímpares ao longo do caminho. Não vou estragar nada, mas o tom do último capítulo parece meio errado, principalmente quando se trata do que a depressão tem a dizer.
Ainda assim, isso não é suficiente para estragar uma experiência fantástica. A ideia do game mostra que, se você deseja transmitir algo tão profundamente pessoal quanto a depressão, você o faz criando um jogo que parece profundamente pessoal. Nem sempre pode ser confortável, mas atrai você e faz com que você se importe com o personagem principal de uma maneira que poucos outros jogos possam igualar.
A análise de Drowning foi feita graças a uma copia para PlayStation 4 fornecida pela Sometimes You.
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